quarta-feira, 26 de junho de 2013

Sub-20: Portugal-Coreia do Sul, 2-2 (crónica)


Pela segunda vez no Mundial de sub-20, a seleção portuguesa não soube lidar com a vantagem no marcador. Contra a Nigéria, logrou sobreviver a dois sustos. Esta tarde, considerou que quatro pontos chegavam e não respondeu à irreverência coreana (2-2). 

Esta seleção apresenta uma insuportável tentação pelo risco, a par de uma qualidade técnica acima da média. Aladje e Bruma voltaram a marcar, o setor intermediário oscilou e a defensiva apresentou um desacerto similar ao evidenciado na ronda inaugural.

Portugal parte com quatro pontos para a última jornada. Boas perspetivas de apuramento para os oitavos-de-final da competição.

Agostinho Cá para fortalecer o meio-campo

Edgar Borges preparou quatro alterações no onze de Portugal. João Cancelo, Tiago Ferreira, Ricardo Alves e Ricardo saíram do onze, por troca com Dabo, Ilori, Agostinho Cá e Ricardo Esgaio.

Agostinho Cá deu outra capacidade de choque ao setor intermediário da seleção, algo que faltara no primeiro jogo, mas as restantes alterações não redundaram numa melhoria significativa no jogo português.

De qualquer forma, o golo voltou a surgir em poucos minutos. Apenas quatro, aliás. João Mário bateu um canto curto na esquerda, cruzou à segunda, o guarda coreano ficou a ver e Aladje foi mais forte que o seu marcador direto, cabeceando para o fundo da baliza.

Aladje, o produto da Academia Vitalaise da Guiné-Bissau que se vai desenvolvendo no futebol italiano (foi contratado pelo Sassuolo que vai disputar a Serie A na época 2013/14), voltou a demonstrar bons argumentos no centro de ataque. Capacidade de finalização aliada a uma qualidade técnica acima da média para um ponta-de-lança.

Seria Bruma, ainda assim, a concentrar atenções no relvado do Estádio Khadir Has, em Kayseri. O extremo do Sporting entrou no jogo a um ritmo alto, criando vários desequilíbrios no flanco esquerdo. Os jogadores coreanos perceberam isso mesmo e apertaram as marcações. 

Tal como no primeiro jogo, a seleção não lidou bem com a vantagem. Baixou o ritmo, acomodou-se e pareceu não acreditar na capacidade da Coreia do Sul para inverter o rumo do encontro. 

Até à meia-hora, aliás, a seleção adversária contribuiu para essa impressão. Tudo mudou ao minuto 33, quando Ryu aproveitou um mau passe de João Mário para rematar com perigo. Seria o mesmo Ryu a garantir o empate, já em cima do intervalo, após uma sucessão de cantos e oportunidades de golo.

O primeiro susto

José Sá, também ele com mais uma boa exibição, não conseguiu impedir a finalização do extremo coreano. Ryu Seungwoo recebeu à entrada da área, fugiu a Ilori e, com um remate vistoso, levou a bola a entrar junto ao ângulo!

Edgar Borges procurou corrigir algumas situações ao intervalo, trocando o pouco inspirado André Gomes (torneio sem brilho até ao momento) por Tozé. Portugal cresceu, embora sem uma pressão avassaladora, e esperaria por nova aparição de Bruma, ele que alternara um arranque promissor com períodos de ocaso.

Com uma hora de jogo, o extremo do Sporting aproveitou um lance de insistência, recebeu a bola oriunda do flanco direito, graças a uma investida de Ricardo Esgaio, e rematou com o pé esquerdo à entrada da área, colocado. Três golos em dois jogos para Bruma.

Portugal chegava a nova vantagem e teria aprendido a lição? Nem por isso. Não recuou tanto, é certo, mas acabou por permitir uma investida letal pelo flanco esquerdo coreano. Ricardo entrou mas não conseguiu acompanhar Sangmin Sim. Dabo não dobrou, Edgar Ié voltou a parecer mal posicionado e o lateral, em posição irregular, cruzou para a finalização de Hyun Kim.

Faltavam quinze minutos para a final e, embora a igualdade se apresentasse com um resultado pouco penoso ou comprometedor, a seleção voltava a deixar escapar os pássaros que tinha na mão. Ao contrário do que aconteceu frente à Nigéria, desta vez não surgiu o terceiro golo. Portugal pagou pela tentação pelo risco.

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